She's lost control

sexta-feira, 28 de maio de 2010

E assim dizia Sade... (2)




"Tudo é bom quando é excessivo."

Illuminati




Um olho para a maldade;
Um olho para a bondade;
Um olho para a verdade;
Um olho para a surrealidade;
Um olho para o mundo;
Um olho para o submundo;
Um olho para a percepção;
Um olho para a imaginação;
Um olho para o que é divino;
Um olho para o que é diabólico;
Um olho para o exterior;
Um olho para o interior;
Um olho aberto;
Um olho fechado;
Um olho!

Os mistérios de Caim


"Assim como perdoarás setenta vezes sete, também vingarás setenta vezes sete?"





Ao tentar fazer uma análise do que seria o perdão no sentido bíblico, encontrei um imenso buraco, e ampliaram-se ainda mais minhas dúvidas do que seria, pois se Deus, mesmo após dizer que devemos perdoar não só sete vezes, mas até setenta vezes sete nossos irmãos, então porque Ele diz em outra passagem que quem matasse Caim sobre ele cairia sete vezes a vingança? Seria uma contradição de Deus ou uma má interpretação do homem?

Eis o texto:

Então disse Caim ao Senhor: “É maior a minha maldade que a que possa ser perdoada. Eis que hoje me lanças da face da terra, e da tua face me esconderei; e serei fugitivo e vagabundo na terra, e será que todo aquele que me achar, me matará?

O Senhor , porém, disse-lhe: Portanto qualquer que matar a Caim, sete vezes será castigado. E pôs o Senhor um sinal em Caim, para que o não ferisse qualquer que o achasse.

(Gênesis 4:13-15)

Teria ele amaldiçoado qualquer um que viesse a tocar em Caim assim como baniu Caim por matar seu próprio irmão? isto não poderia ser considerado uma “vingança” contra quem ousasse ir contra suas regras? Quem ama se vinga ou guarda rancor? Creio que não.

Eis o texto contraditório:

Então Pedro, aproximando-se Dele, disse: “Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete?”

Jesus lhe disse: “Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete. Por isso o reino dos céus pode comparar-se a um certo rei que quis fazer contas com seus servos; E, começando a fazer contas, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil talentos; E não tendo com que pagar, o seu senhor mandou que ele, e sua mulher e seus filhos fossem vendidos, com tudo quanto tinha, para que a divida se lhe pagasse. Então aquele servo, prostando-se, o reverenciava, dizendo: “Senhor, sê generoso para comigo, e tudo te pagarei. Então o senhor daquele servo, movido de íntima compaixão, soltou-o e perdoou-lhe a dívida. Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos, que lhe devia cem dinheiros, e, lançando mão dele, sufocava-o dizendo: “Paga-me o que me deves”. Então o seu companheiro, prostando-se a seus pés, rogava-lhe, dizendo: “Sê generoso para comigo, e tudo te pagarei”. Ele porém, não quis, antes foi encerrá-lo na prisão, até que pagasse a dívida. Vendo, pois, os seus conservos o que acontecia, contristaram-se muito, e foram declarar ao seu senhor tudo o que se passara. Então o seu senhor, chamando-o à sua presença, disse-lhe:” Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste. Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti?”. E, indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo o que devia. Assim vos fará, também, meu Pai celestial, se do coração não perdoares, cada um a seu irmão, as suas ofensas.

(Mateus 18: 21-35)

Ora, se Deus enviou Jesus à terra com os mesmos ensinamentos, porque ele estaria se contradizendo? Então, Caim não foi digno de perdão nem uma vez e, quem o matasse não seria digno do perdão nem sete vezes. Se deveríamos ser na terra o que o criador é no céu, como poderíamos perdoar setenta vezes sete, se houve tempo em que ele não perdoou vez alguma quando baniu Caim e o condenou à terra de Node? Um Deus de amor não faria isso. Então seria essa mais uma das péssimas interpretações bíblicas?


Outra visão

Segundo algumas outras interpretações, Caim teria habitado a terra de Node por muito tempo, onde ali “conheceu” (leia-se: coabitou) sua esposa que o teria ensinado o caminho das peripécias mundanas. Nota-se também que, na terra de Node, era até então inabitada, sendo considerada por muitos a terra das trevas ao Norte do Éden. Sendo assim, qual outra forma teria Caim encontrado uma esposa se não fosse a levando para aquele lugar? Sabendo que na terra só havia um casal, Adão e Eva, e que Caim era descendente dos dois, e que também todos os outros que ali habitavam eram filhos de Adão e Eva, sendo assim, Caim teria levado uma de suas irmãs? Estaria Deus promovendo o que hoje chamaríamos de incesto? E se Deus condenou Caim as trevas, sendo este considerado o primeiro vampiro a habitar o mundo, porque ele deixaria que Caim perpetuasse a sua espécie? Fato é que filhos nasceram dessa união fraternal e deram origem a novas terras e a novos discípulos de Caim. Como veremos no trecho bíblico a seguir:

Assim diz a bíblia:

E saiu Caim de diante da face do Senhor, e habitou na terra de Node, do lado oriental do Éden. E conheceu Caim a sua mulher, e ela concebeu, e deu à luz a Enoque; e ele edificou uma cidade, e chamou o nome da cidade conforme o nome de seu filho Enoque; E a Enoque nasceu Irade, e Irade gerou a Meujael, e Meujael gerou a Metusael, e Metusael gerou Lameque.

E tomou Lameque para si duas mulheres; o nome de uma era Ada, e o nome da outra, Zilá. E Ada deu à luz a Jabal; este foi o pai dos que habitam em tendas e têm gado. E o nome do seu irmão era Jubal; este foi o pai de todos os que tocam harpa e órgão. E Zilá também deu à luz a Tubalcaim, mestre de toda a obra de cobre e ferro; e a irmã de Tubalcaim foi Noema.

E disse Lameque a suas mulheres Ada e Zilá: “Ouvi a minha voz; vós, mulheres de Lameque, escutai as minhas palavras; porque eu matei um homem por me ferir, e um jovem por me pisar. Porque sete vezes Caim será castigado; mas Lameque setenta vezes sete.”

(Gênesis 4: 16-24)

Segundo as profecias, Lameque, que era cego, sempre era guiado por seu filho mais novo durante a caça. Num desses dias de caça, o filho mais novo de Lameque avistou um ser que em tudo parecia um humano, porém, o que lhe contrastava eram dois chifres que carregava na testa. Ao comentar com o pai que o animal em quem ele havia atirado a flecha, mais se parecia com um homem do que com um animal, Lameque logo soube que havia matado seu ancestral, Caim, fazendo cumprir assim o castigo que Deus havia lançado sobre ele. Lameque, num ato de desespero, acabou matando também o filho mais novo. Quando suas esposas descobriram da maldição que acompanharia as gerações de Caim quiserem se afastar de Lameque, ao que ele argumentou:

- Ora, se sobre Caim, que cometeu um assassinato premeditado, pesou-lhe a pena de ser punido na sétima geração, eu, que cometi um assassinato sem intenção alguma poderei esperar a sentença setenta e sete gerações depois.

Depois, Lameque foi pedir o julgamento de Adão, que foi a favor de Lameque.

Seria essa mais uma prova de que Deus nos permite sempre o livre arbítrio e que, talvez seguir-lo não nos levaria para tão longe do que seria o Éden na interpretação de alguns e para tão perto do que seriam as trevas na vaga opinião de outros? Qual seria o verdadeiro significado de trevas? Mais uma vez Deus teria permitido que entre os seres caminhassem espécies como as gerações de Caim, condenando à própria terra aos pecados destes discípulos? O fato é que, se Caim foi o primeiro vampiro a habitar a terra, hoje ele não vive mais, e ele nem sempre foi uma criatura perversa. E suas gerações também não são eternas como se acredita, mas seriam elas a vingança de Deus contra os pecados dos homens?