She's lost control

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Pra político, “povo” só vira “cidadão” em época de eleição. Em todos os outros tempos não passamos de meras estatísticas sociais.

Na minha concepção, o "politicamente correto" não existe! Ou você é político ou você é correto!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Noite Suja...




Não me poupe dos teus pecados

Que eu não te poupo dos meus desvios

Porque foi assim que fizemos nossos caminhos

Que, de tão tortos, se cruzaram destemidos.

E foi assim também, minha Estrela tão perdida

Que eu, Anjo Caído que sou, te fiz minha guia

domingo, 8 de agosto de 2010

PRECONCEITO EXPLÍCITO!!!

Parece até que não existe lei para os filhinhos de papai desgraçados que passam o dia inteiro na frente de uma tela de computador e acabam se atormentando e se tornando pessoas atrofiadas. É certo que estes filhos da puta desfrutem de tudo o que há de bom no mundo e depois se acharem no direito de julgarem as pessoas que não tiverem privilégios nenhum em toda a vida? É justo um filho duma puta vadia que não sabe criar os viadinhos dos filhinhos, criarem um perfil hipócrita, falso (porque a desgraça não tem coragem nem de colocar a cara pra dizer o que pensa, diferente das pessoas que eles tanto criticam) e ficarem criando comunidades preconceituosas
contra movimentos revolucionários e até mesmo contra seres que são tão diferentes quanto eles independente de sexo, religião, seguimento, entre outras coisas? Porque a (in)justiça age contra uns, como fizeram contra o grupo de rap “facção central” ao censurar o clipe “isso aqui é uma
guerra”, clipe este que nada mais fez do que desmascarar as ações de grupos de extermínio e
revelar o cotidiano de muitos de nossos parceiros, de nossas famílias que não desfrutam de uma
vida farta de mimos e dinheiro), e deixa outros (que fazem o que fizeram esses canalhas boqueteiros ao criarem estas comunidades inúteis e grotescas como mostram as fotos abaixo) continuarem estimulando o racismo, o aparthaid, a guerra infundável, o desnecessário desgaste social em prol do vazio de seus corações.


Esses bandos de pau no cu deveriam passar mais tempo perto das pessoas que realmente sofrem com a injustiça para entenderem mais do que estamos falando ao invés de só saberem nos criticar e nos atormentar. Criaram uma porra de uma seita do caralho que, no meu ponto de vista, só serve para os fazerem acreditar que são melhores que os outros com essa grande ilusão de soberania. Soberania é o CARALHO! Vocês não passam de bebês chorões que por qualquer dificuldade imploram pelo colinho da vadia filha da puta que vocês chamam de mãe (porque mãe de verdade não cria filhos com estes pensamentos ludibriosos e indiferentes, isso pra mim é coisa de puta que pari um ser e o larga pro dinheiro criar). Por isso eu digo a todos vocês, rebeldes sem causa, todo esse ódio nutrido por nós do lado de cá só tem uma justificativa: suas vidas vazias e sem sentido! Digo mais, quanto mais vocês se rebelam contra nós mais fortificam nossa desobediência! Queremos é mais! Se estamos incomodando vocês dessa forma, é sinal de que nossa luta está tomando algum rumo! Assistam de camarote nossa glória porque isso é só o começo!

Tudo o que estamos fazendo aqui, todas as nossas letras são formas de conscientização! São formas de tentar fazer o que vocês (burgueses arrombados) e o estado (falido em todos os sentidos) deveriam estar fazendo. Estamos tirando nossas crianças das ruas, estamos transformando toda uma nação, estamos lutando por melhorias (e não fazemos isso para colocar a cara na televisão e pedir votos depois de todo o DEVER cumprido). Enquanto você perde seu tempo criando comunidades sem vazão nós ganhamos o nosso tempo falando de coisas que realmente interessam aumentando assim o espaço que vocês nos roubaram e que é nosso por direito! Outra coisa, nossos palavreados, nossas gírias, nossas formas de expressão não serão mudadas só porque vocês não estão entendendo ou porque acharam feias, tudo isso faz parte do nosso vírus contra vocês, contra sua impunidade. Tudo isso só faz de nós um movimento uno, somos a reação em cadeia contra toda sua injustiça nutrida há séculos. Somos a verdadeira bomba nuclear! E adivinha... vocês são mesmo o alvo, mas não nos sujaremos com seu sangue. Fazemos e continuaremos fazendo o que vocês não imaginariam que fôssemos capazes de fazer um dia: abrindo os olhos da humanidade e fazendo com que vocês paguem seus erros com suas próprias armas e com as suas próprias mãos porque nunca fizemos questão de sujar as nossas. E até aonde vamos? Até o inferno, se for necessário!

"Chora playboy com o sangue da periferia!!!"

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Chama a polícia... pra polícia!!!



Levando em conta fatos recentemente ocorridos envolvendo o meu meio de convívio e tantos outros meios relatados vez ou sempre pelas telas da T.V., venho parabenizar à alguns, e não raros, policiais militares (lê-se cachorros do governo), em especial os do estado de Goiás, por se mostrarem, de forma assumida, prontamente ineficientes para combate (aliás, combate a quê?).
Se apoiando na imunidade desprecavida que a farda os oferece, abusam de uma autoridade completamente indisciplinada e partem para as ruas com um único intuito de transformar todo e qualquer cidadão comum, suspeito ou não, em vítimas de seus mais monstruosos e inescrupulosos atos (na maioria supérfluos).
Tamanho o despreparo e a certeza da impunidade que, nos dias atuais, estes porcos do sistema não se incomodam em tornarem públicas algumas de suas atrocidades. Praticam a justiça na teoria, a contradizem na prática, como fez um soldadinho de chumbo que ainda teve coragem de colocar a cara na televisão para falar que: “...a polícia do estado de Goiás é diferente!”.
Os tapas na cara entre outras agressões, para mim, demonstraram claramente o quão “diferentes” são dos demais! Especialistas em terrorismo e só o crime que é organizado? Quero dizer aqui que suas famílias e suas tropas dramatizando numa tela de T.V., carregando seus corpos em caixões cobertos com a bandeira do Brasil, depois de terem suas vidas cobradas pela verdadeira justiça social, de forma alguma me comove. Todas as lágrimas derramadas por seus parceiros, suas mulheres, não passam de hipocrisia reformulada, um novo tipo de chantagem emocional para fazer quem os assiste comovidos se esquecerem de tantas covardias e crueldades praticadas por todos vocês, soldados do inferno. Para toda ação uma reação! Só vejo sangue em suas fardas, na maioria das vezes sangue de inocentes. De pai de família, de moleque trabalhador que, confundidos e sem direito do contraditório, sofrem as conseqüências do despreparo, da ignorância, do egoísmo de todos vocês. O barulho da sirene traz consigo o choro da morte, esta sim é a verdadeira marcha fúnebre que embala tantos sonhos chacinados por vocês! O pavor nos olhos do menor carente não deixa sombra de dúvidas: O QUE ERA PARA SER PROTEÇÃO SÓ SERVE PARA ESPALHAR O TERROR! O tempo em que a polícia servia para dar proteção às nossas famílias nunca existiu, sempre foi utopia. A ditadura está aí para não nos deixar mentir. Ditadores desde sempre, demônios fardados que só são protetores dos seus próprios interesses. Agredir inocentes só por que “não foram com a cara” dos mesmos é um ato de extrema covardia.
Não se surpreendam quando a sociedade começar a questionar se vocês estão aqui para praticarem o bem e defender ou se na verdade estão aqui para exercerem a impunidade e a impiedade. A sua ditadura não faz mais efeito aqui! Vocês são os verdadeiros bandidos armados e protegidos por uma farda que, para mim, não diz nada. Digo e repito: o seu sangue não me comove! O choro da sua família não me faz sentir piedade! O seu valor perante a sociedade não se equipara ao de qualquer um animal irracional! Vocês são baixos, agridem por covardia, matam por despreparo ou por simples prazer e, quando aparece alguém para cobrar o que toda uma sociedade deseja mas não tem coragem, vocês se fazem de vítimas e se esquecem das atrocidades cometidas por vocês mesmos num passado não tão distante. Não passam de seres desnecessários condecorados por chacinas. A sociedade só terá paz quando o sangue que suja a farda não for mais de inocentes e sim dos que a trajam de forma tão irracional e inconseqüente. Cobras rastejantes manipulados e movidos pelo dinheiro, marionetes do poder. Verdadeiros coadjuvantes da miséria social, vocês são animais imprudentes semeadores da discórdia que da sociedade só merecem o desprezo!

terça-feira, 20 de julho de 2010

Holocausto Urbano

Anos após uma das piores tragédias do mundo ter “chegado ao fim”, continuamos a conviver e aceitar que a divisão de culturas por grupos racistas atormentem e impeçam o desenvolvimento do que realmente poderíamos chamar de convívio social. Estamos vivenciando, nos dias atuais, a forma mais grotesca e descarada de um sistema rude que difunde nos meios intelectuais um verdadeiro apartheid racional e cultural, agindo como tapa olhos numa sociedade que infelizmente está acostumada a engolir todo e qualquer tipo de informação proliferada pelos meios de comunicação, que utilizam seu poder de divulgação para manipular e atrofiar as cabecinhas ingênuas fazendo-as acreditar em todos os seus sensacionalismos baratos. Vivemos no meio de um holocausto urbano e, até agora, só quem sofre as conseqüências dessa guerra mascarada é o cidadão comum que só tem parte nesta história quando se trata das tragédias involuntárias sofridas por seus descendentes e por ele próprio. Tudo isso em nome de quê? Tantos fatos maquiados, tantas políticas inválidas, tantos atos maquiavélicos, tantas mortes ainda em prol de uma tal religião da qual só os integrantes principais podem regozijar no final. Uma verdadeira guerra em nome do Pai Poder, da Mãe Ganância e de um Espírito de Porco! Fácil é perceber que existe uma tragédia em constante evolução, fácil é ver o povo (que não pertence ao famoso topo) levar a culpa por tudo isso, mas quase ninguém é capaz de enxergar e condenar os verdadeiros culpados, pois, ajudados pela manipulação da mídia, que consegue maquiar a verdade e sabotar a capacidade de raciocínio e questionamento de tantas pessoas, acabam se transformando de verdadeiros lobos para adoráveis cordeirinhos saltitantes de seus mundinhos encantados. Vestidos nos seus ternos e acobertados por gestos simplórios e aparentemente agraciáveis, continuam assassinando milhões usando apenas o poder de uma caneta. Devemos, enfim, nos perguntar: Para onde estamos desviando nossos esforços (nós que representamos uma cultura anti-sistema) quando deveríamos estar, certos do poder de difusão e divulgação que temos, alertando todo o povo contra estes atos sanguinários e impetuosos destes verdadeiros bandidos imprudentes e imorais? Onde estamos depositando todas as nossas forças se ainda não estamos conseguindo chegar a um sentido único que deveria ser o de acabar com todos estes movimentos partidários e empresariais que só servem para assolar e calar tantas vozes desesperadas, tantos gritos sofridos? Que este seja sempre o nosso objetivo: cortar as raízes de toda essa legião de usurpadores, trazendo assim um novo alvorecer para estes povos acuados e oprimidos por todo este sistema ultrapassado. Um basta ao holocausto urbano!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Um pouco do que vi...


Vi que quem morre pede pra viver, quem vive pede pra morrer

Vi que alguns que vivem mereciam ter morrido e quem morreu merecia ter vivido

Vi que perguntas nem sempre tem respostas, e que verdades nem sempre são absolutas

Vi o céu sem estrelas, nuvens chorando ácido

Vi a criança sem esperança, a tal da maldita matança

Vi felicidade atrás do choro, e alegria escondendo o pranto

Vi que diamantes não são eternos, que beijos nem sempre são singelos

Vi anjos com asas quebradas, inocentes empunhando armas

Vi a morte de perto, desafeto com peito aberto

Vi que pra ter pesadelos nem sempre precisamos estar dormindo

Vi que as flores que envolvem nossos corpos talvez sejam o caminho do paraíso

Vi irmãos chorando sangue, vi a fome matando

Vi pessoas se vendendo, crianças desaparecendo

Vi religiões sendo criadas, pessoas sendo idolatradas

Vi caixão sendo lacrado, ladrão sendo derrubado

Vi a fraqueza, a destreza, a tristeza, a certeza

Também vi união, estabilidade, vi felicidade

Vi a paz não durar mais que alguns segundos

Vi alegria na simplicidade, vi a confiança, o amor, a esperança

Vi a vela que vela e a vela que reza

Vi a destruição, presenciei a regeneração

Vi a juventude perdida, implorando solução

Vi a loucura, a insanidade, a ternura da amizade

Vi que sobreviver a um desastre é sofrer a vida inteira

Vi que viver no limite é aprender a ser mais forte

Vi que o medo já habitou no coração de cada um de nós pelo menos uma vez em nossas vidas

Vi que as chances de dar certo ou errado depende somente de como encaramos a situação

Vi que chegar ao ápice das conquistas pode significar chegar ao cume da loucura

Vi que quem tem tudo não dá valor e quem conquista talvez nunca vá aprender a valorizar

Enfim, aprendi que o par perfeito é “o céu e o inferno”, “o bem e o mal”, “o natural e o artificial”, “o ódio e o amor”. Entendo que talvez uma verdade contada na hora errada possa provocar uma guerra sem fim, e uma mentira dita na hora certa possa evitar tanto sofrimento.

Vi isso tudo, e isso não é tudo que vi... sei que poderei ver mais se simplesmente observar... e vi mais do que consegui escrever neste pequeno espaço, e verei muito mais do que consegui ver nesse espaço de tempo. Mas a vida segue....

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Perdendo o controle... novamente...


Novamente a barreira do controle ultrapassada

Com o portal da insegurança despojada

Onde a luz não é a salvação

Em meio a murmúrio e lamentação

Num corredor de preces

Velo meus sonhos e estresses

Tudo tem sua cerimônia

E um ritual pré-insônia

Pensei que deveria me reerguer só por uma vez mais

Mas pela lei da gravidade todo corpo sempre cai

E subi alto

E cai tão rápido

Que não cheguei ao chão

Ultrapassei a física

Andei na contra-mão

Vi que a terra também era ego-centrista

E que de nossa alma a lua era consumista

Meu mundo girou no sentido anti-horário

Tornou-se sem sentido pro mundo retardatário

E minhas mãos tremeram

E minhas pernas tremeram

E minhas vozes gemeram

E os ecos me estremeceram

E eu me vi perdendo o controle... NOVA/MENTE

Me perguntaram...

"O que está fazendo?"

Ao que respondi:

"Alimentando minha mente;
Alimentando minha alma;
Alimentando meu ser;
E, como não costumo ser tão egoísta assim...
Estou compartilhando deste meu pão com algumas pessoas em um certo blog."
Todo indivíduo já desejou em algum momento da sua vida quebrar alguma regra que um dia lhe fora imposta.

O que é moral afinal???

A moralidade exige um esforço tão grande dos homens que é quase impossível encontrar tal característica na sua forma mais idônea em qualquer ser provido de racionalidade. Isto porque para praticar a moralidade os homens devem deixar de lado muitas experiências, suas vontades, seus desejos, sua capacidade de viver intensamente tudo o que o mundo lhes oferece. Ora, se estamos no mundo para viver porque então desperdiçarmos a vida nos privando de tudo o que pode nos fazer sentir bem e realizados? Sendo assim, não seria a moral um pecado ao invés de uma virtude?

Já dizia Sade: “A moral é a virtude dos fracos!”

Seguindo esta linha de pensamento, creio eu que os “bons costumes” foram criados por pessoas que nunca tiveram a coragem de experimentar e praticar os outros costumes que ainda nem foram definidos como totalmente bons ou totalmente ruins.

Vive-se bem quando vive-se intensamente. Crê mais quem nunca desacredita. Realiza quem sonha alto. Luta mais quem nunca desistiu.

A sociedade não usa da democracia quando questiona nossos atos, então que não usemos da democracia quando se tratar de nosso próprio corpo, de nossa própria vida e de nossas próprias escolhas. O poder uno sobre a sua vida só a ti pertence. Não deixe que uma sociedade baseada em hipocrisias transforme sua vida num inferno emocional. Carnificinas, corrupções, escândalos envolvendo as maiores autoridades de todos os tipos de seitas, religiões, seguimentos, partidos que ainda se acham no direito de dizer o que é ser moral?!?! Injete para fora de sua personalidade toda e qualquer anestesia de recalque, de pudor, de prisão. A doença não está em você, a doença está impregnada na sociedade, então que ela tome seus próprios remédios controlados até aprender a conviver com as diferenças. Aceite-se, defenda-se e nunca deixe de seguir o seu caminho, seja ele qual for!

domingo, 27 de junho de 2010

Utopia da Onipotência!

Traduções equivocadas. Sacrifícios humanos em prol da religião. Grande utopia! A mão que traduz também está matando. Acordem ou ignorem. Querendo ou não eles sempre estarão lá, com toda a sua onipotência, o topo da pirâmide sobrecarregando as mentes ignorantes, desafiando o povo, dizendo a todo momento: "Aceitem-nos ou sofram as conseqüências!"; lembrando-se, contudo, de que toda pirâmide é formada e estruturada por uma base e que, sem essa base não mais existirá o topo. Temendo isso, continuam com este ciclo de teorias desgastadas que só servem para mascarar uma realidade massacrante. Uma verdadeira carnificina em nome da ambição e do poder de uma minoria!

sexta-feira, 25 de junho de 2010

E-Terno...

E ela esteve lá o tempo inteiro,

E não precisava de um corpo;

E não precisava de sua carne;

Porque a carne é só uma carcaça em constante fase de putrefação que, com toda sua dependência física nos obriga a fazer parte deste carrossel de inquisições e podridões incansavelmente chamado de “vida”.

E agora ela era pura;

E agora ela era livre.

E as lágrimas a deixam triste.

Porque ela não quer ser culpada por estar num lugar melhor agora,

E nem por ter alcançando um estado que de tão surreal chega a ser místico.

Um mistério para a vida,

Uma saudade em quem fica,

E a certeza de que, acima de qualquer fenômeno inexplicável pela sociedade, acima de qualquer sabedoria, acima de qualquer sol, de qualquer lua, ela estará por perto, sempre presente...

E... talvez não seja o momento de dizer: “descanse em paz”, porque quem descansa não vive em nenhum sentido, apenas dorme. Talvez neste momento o que ela queira e precise escutar seja um: “se perpetue em paz”, pois isso faz mais sentido para quem se foi de corpo, mas que sempre permanecerá de alma!

terça-feira, 22 de junho de 2010

Herança...

Oi sinhô Sao Bento

Essa cobra lhe morde
Oi sinhô Sao Bento
Essa cobra é malvada
Oi sinhô Sao Bento
Essa cobra mordeu
Oi sinhô Sao Bento
E olha o bote da cobra
Oi sinhô Sao Bento
E a malícia da cobra
Oi sinhô Sao Bento
E a mordida da cobra
Oi sinhô Sao Bento
E o veneno da cobra
Oi sinhô Sao Bento
Mas a cobra é danada
Oi sinhô Sao Bento
Mas que cobra valente
Oi sinhô Sao Bento
Mas cuidado com a cobra
Oi sinhô Sao Bento
E a cobra me morde
Oi sinhô Sao Bento


Nhem Nhem Nhem

Eh menino chorou
Nhem Nhem Nhem
Eh menino chorou
Nhem Nhem Nhem
Porque năo mamou
Nhem Nhem Nhem
Sua măe tá na feira
Nhem Nhem Nhem
Ela ainda, năo voltou
Nhem Nhem Nhem
Cala a boca' menino
Nhem Nhem Nhem
Eh menino danado
Nhem Nhem Nhem
Eh menino malvado
Nhem Nhem Nhem
Ô chora menino
Nhem Nhem Nhem
É menino chorao
Nhem Nhem Nhem
É menino danado
Nhem Nhem Nhem
É porque está chorando
Nhem Nhem Nhem
E o leite acabou
Nhem Nhem Nhem
O menino chorou
Nhem Nhem Nhem
Chorou que mama
Nhem Nhem Nhem

sábado, 19 de junho de 2010

Brasília, a capital de ilusões...


Observem nossa capital
Com seu famoso congresso irracional.
É realmente uma Brasília de arquitetos;
De traços mais maquiavélicos;
De governantes indiscretos.
E nas cadeiras dos três poderes,
Onde o povo deposita sua esperança,
É indigna a tríplice aliança,
Pois dela provém o tal código de "confiança"
Que impregna em cada representante o vício da ignorância.
É triste ver que de três grandes poderes,
O primeiro é viciado em não ver;
O segundo é viciado em não ouvir;
E o terceiro, por mais que seja viciado em falar,
Só use as palavras para defender seu próprio patamar.
Não tenho religião, tenho fé! E também não procuro explicar tudo o que sonda o universo com a simples lei da razão, pois mesmo estes seguidores são mistificados demais. Eles próprios se fundem e se confundem. Explicam razão com teorias surreais e tentam abusar da ignorância humana para fundir seitas e costumes que não passam de meios para difundir preceitos ainda não esclarecidos pela sociedade. Por isso afirmo: meu templo é quem sou, e minha fé é no que vejo e compreendo de alguma forma, mesmo que jamais possa explicar.
Tudo o que qualquer inquisição ditar apenas servirá para me mostrar qual o único caminho que deverei seguir: o oposto!

terça-feira, 8 de junho de 2010

E eu não me escondo...




Vejo sangue, muito sangue
Ouço sirenes, entro em transe
Nas paredes, em todo canto
Veja rubro, eu não me espanto
Quando eu chamo você me segue
Não percebe? É o que acontece!

Meu vulto, minha imagem no seu coração
Um estaca cravada pelas minhas mãos
O futuro, o presente, um passado em vão
Meu pulso ainda pulso dentro do caixão
E eu não me escondo!
Sim, não me espanto!

Ouça os gritos, que ironia
Nos meus ouvidos a sinfonia
Vejo as lágrimas a cor da dor
Cheiro de medo, exala horror

Quero luzes apagadas para quando eu chegar
Da janela do seu quarto peço para entrar
Não se assuste se um dia me vir encarnar
Se nossos corpos ocuparem o mesmo lugar
Meu jeito faceiro só para te mostrar que sou
Seu abandono! Seu desengano!
Como uma falha de todo o plano
E eu não me escondo!
Sim, não te espanto!

Ouça os risos, alguém por perto
Dormimos sempre de olhos abertos
Ouça os passos, estão entrando
Sinta a presença, te observando
Você não percebe, não pode ver
O que eles querem de você?

Uma batalha travada entre o bem e o mal
Uma unica corôa, um único pedestal
Escolha um dos lados e trave o punhal
Transforme em virtude este ato banal
Depois me chame!
Meu doce infame!
Sempre me chame!

Minha Mente




Minha mente é um grão perto da sabedoria humana. Isto não significa que estarei estagnada e impressionada com as teorias mundanas. Todo grão se transforma, cresce e se desenvolve. Assim serei eu. Todavia escolherei meu próprio adubo!

terça-feira, 1 de junho de 2010

E assim dizia Sade... (4)


"Não há outro inferno para o homem além da estupidez ou da maldade dos seus semelhantes."

De volta ao lar


Aurora se mexe de um lado pro outro na cama e por fim abre os olhos. Ainda é madrugada, os ponteiros do relógio marcam três horas em ponto. Ela fecha os olhos novamente e tenta segurar a pressão que insistia em alertá-la a todo o momento. É, seria inevitável, teria que ir ao banheiro mesmo que o sono pedisse o contrário.

Finalmente Aurora se levanta e segue em direção ao banheiro. Todas as luzes estão apagadas e Aurora acaba tropeçando em algo antes de alcançar a porta do banheiro e tentar acender a luz. Quando ela consegue acender a luz rapidamente se vira e tenta ver no que ela havia tropeçado. Não havia nada no chão a não ser os sapatos de seu marido Hef, que ficavam ao lado da cama onde ele estava dormindo. Ela não deu muita atenção à isso – devo estar dormindo – pensou ela, achando graça da situação.

Aurora se olhou no espelho por alguns segundos, mexendo aqui e ali, reclamando de algumas rugas que ela cismava em dizer que tinha mesmo com todos dizendo que não havia nada de errado com sua aparência. Sentou-se no vaso e ficou ali quase dormindo. Seus olhos pesavam mais que tudo. Parecia estar sonhando ainda. Acabou cochilando sentada, mas foi acordada por duas batidas no basculante do banheiro. Ela fixou os olhos naquela janela esperando por alguns segundos para que o marido aparecesse debochando do susto que ela havia levado, mas ele não aparecia nunca. Ela então cansou de esperar e se levantou para sair do banheiro. Levou um enorme susto quando olhou para a cama e viu que seu marido permanecia ali, do mesmo jeito que estava, ele não havia se movido um centímetro sequer. Então ela decide ir ver se alguém estava por perto. Aquela área era muito calma, se houvesse alguém do lado de fora certamente não seria um bandido ou coisa parecida. Pode ter sido um vizinho ou algum amigo. Então ela sai pra verificar.

Aurora abre a porta da varanda e percebe que a rede está balançando. Um pequeno ruído faz com que ela se vire rapidamente para a direção da janela, era como se alguém do lado de dentro da casa a tivesse aberto. Mas como? Pensava Aurora. Seu marido está no quarto que fica do lado oposto daquela janela que dava pro quarto de hóspedes e, não tinham hóspede algum naquela noite. Será que o marido acordou? Mas que diabos ele estaria fazendo ali no quarto de hóspedes? Era o local mais inabitado da casa. Há tempos não recebiam visitas que pernoitassem, isso desde que eles perderam sua filhinha de 7 anos num acidente de trânsito quando voltavam da casa dos avós da menina. Mas o que estaria acontecendo naquela noite? Será que ela ainda estava no sonho? Tudo estava parecendo tão surreal.

Aurora se vira novamente para a rede, que havia parado de balançar. Outro barulho, agora dentro da casa. Aurora se vira e fica atônita com o que vê.


- Devo estar sonhando. Como pode? E... – antes que pudesse terminar a frase Aurora cai desacordada no chão.

Muito tempo depois Aurora acorda dentro de um caixote que mais parecia com um caixão. Ela se debate, parece faltar o ar. Está presa e não sabe se está enterrada também. Àquilo a fazia ficar mais apavorada ainda. Percebeu no canto superior do caixão um cano de onde podia ver o dia claro lá fora. Um misto de desespero e alívio tomaram conta do coração de Aurora. Pela distância que o cano aparentava ter ela podia ter a certeza de que estava enterrada, mas pela largura do cano seria fácil alguém escutá-la se passassem ali por perto. Então ela colou o ouvido no cano, se mexendo o máximo que conseguia, para tentar escutar o que se passava do outro lado do caixão. Nenhum barulho, nem de animais, nada. Ela teria que esperar e tentar controlar a respiração para que o pouco ar que tinha não fosse embora de uma só vez. De vez em quando se sufocava e colocava logo o nariz na ponta do cano para tentar sugar o ar que estava lá fora.

De repente Aurora escutou coisas se arrastando lá em cima. Buscou o buraco do cano e fixou seus olhos naquela parte tentando descobrir o que se mexia lá em cima. Escutou barulho de martelo e, quando menos esperava, viu uma mão descendo fechada pelo cano. Ficou assustada e começou a gritar.


- Socorro!!! Alguém está aí!?!? Por favor, me ajude!!!


E não obteve nenhuma resposta do outro lado. A mão que apareceu soltou alguns insetos em cima de Aurora que começou a gritar mais alto.


- Quem você é? O que é você? De onde saiu? O que tem contra mim? Porque está fazendo isso comigo?


A única coisa que Aurora ouviu foi uns risos que lembravam muito bem o sorriso de uma pessoa muito querida por ela.


- Ai, meu Deus! O que está acontecendo?!?!?! Minha filha não está mais entre nós!!! Pare de me torturar!!!


Desde que perderam a filha, os Spencers não eram os mesmos. Faziam de tudo para conseguir mais um momento com a filha. Buscavam em religiões; seitas; “magias”; ou qualquer outro grupo espiritual que prometessem trazer sua filha de volta, nem que por alguns instantes. Porém, com a busca incessante de respostas e algo mais, eles se afastavam do que poderia ser real e acabavam sendo vítimas de “falsos videntes/paranormais”. Ou pelo menos era o que muitos amigos acreditavam. Chegavam até a sugerir que eles fossem procurar ajuda psicológica, pois pessoas que acham que a filha poderia um dia voltar dos mortos com certeza não poderiam ser considerados normais.


O calor parecia derreter o corpo de Aurora. Suas forças já haviam se esgotado e, o que antes era a voz dela saindo agora mais pareciam sussurros e gemidos no meio do nada. Ela ainda insistiu por mais alguns instantes, mas sabia que era em vão. Parou e a partir daquele momento passou a captar cada movimento que vinha de fora por meio do cano. A presença dos insetos dentro do caixão passaram a incomodar devido aos ruídos que estes sonorizavam e que acabavam atrapalhando a observação de Aurora com o que vinha do exterior do caixão. Ela colocou o olho na boca do cano, para ver se conseguia observar alguma coisa. Ficou naquela posição por um bom tempo até que foi surpreendida com outro olho fitando em sua direção. Aurora sentiu o corpo inteiro estremecer junto com uma sensação esquisita e um frio imenso que percorria sua espinha dorsal. Aquele olhar um dia foi doce e ali, naquele momento, parecia o olhar mais frio do mundo, completamente isento de qualquer sentimento. As pálpebras estavam escuras e em algumas partes do olho podiam se observar costuras que já estavam secas, porém sem cicatrizes. Era uma visão aterrorizante que se misturava com a sensação de impotência por parte de Aurora que de certa forma já estava prevendo o que aconteceria.


Enquanto isso, na casa dos Spencers, John se levantava. Achou estranho a ausência da mulher, pois ela sempre acordava mais tarde que ele. Bom, pensou que talvez ela tenha levantado com alguma disposição (o que era muito improvável, pois depois da grande perda da vida deles nada mais trazia alegria nem incentivo para viverem bem); talvez ela tivesse saído para dar uma volta pelo bosque. Ele achou que não deveria se preocupar e que logo ela voltaria porém, com as horas se passando John foi começando a se preocupar de verdade. O dia já estava indo embora, o sol se pondo. John então se equipou com uma lanterna e uma espingarda antiga - que guardava como lembrança da sua época de caçador. Pegou seu casaco e saiu em busca de sua esposa. Andou por várias horas, fuçou cada cantinho daquela cidade, mas voltou para casa sem nenhuma notícia da esposa. Não conseguiu dormir naquela noite. Estava realmente preocupado com o que pudesse ter acontecido à sua esposa. Estava desconsolado, não acreditava que depois de perder a filha pudesse ter perdido também a esposa.


John acorda com um barulho depois de um pequeno cochilo. Olha à sua volta e não vê ninguém. Percebe um vulto vindo da varanda.

- Aurora, é você meu amor? - Outro vulto, dessa vez mais perto dele – Não estou pra brincadeira amor, te procurei o dia todo!

Quando se levantou para olhar se era a esposa John escuta um barulho vindo do quarto de hóspedes. Rapidamente se levanta e vai naquela direção. Quanto mais se aproxima, mais escuta os ruídos que vinham do quarto. John abre a porta lentamente e olha perplexo para o que vê na sua frente. Clarinha estava sentada no pé da cama, com aquela bonequinha que a mãe havia dado de presente para ela no seu 3º aniversário. Clarinha olha na direção de John.


- Papai, a mamãe ta te esperando. Vem brincar com a gente!?!


- Não! – gritou ele. Não poderia ser a Clarinha doce e meiga, não poderia ser a filhinha deles. Aquela voz não era a dela. Era um pesadelo! Era a única explicação. Porém John não teve tempo de pensar, aquele vulto veio em sua direção e de repente ele não viu mais nada.


Algum tempo depois a notícia estava estampada em todos os jornais da cidade. Era o comentário de cada pedacinho da pequena “Vila Velha”. E no jornal de maior circulação a frase estampada era:

“PAIS SEGUIDORES DE SEITA SATÂNICA DESENTERRAM A FILHA E DEPOIS SE MATAM”

E no texto dizia:

“Os três foram encontrados esta manhã pela vizinha que desconfiou da ausência do casal Spencer na reunião de moradores da pequena “Vila Velha”. De acordo com Siara Parker, o casal e a filha – que teria sido desenterrada pelos próprios pais – estavam na sala de estar deitados no tapete, como sempre estavam quando passavam uma tarde em família. O mais estranho é que o casal parece ter se mutilado com marcas que correspondem exatamente às marcas que ficaram em sua filha quando a mesma sofreu um acidente de trânsito por culpa de uma discussão que os pais estavam tendo dentro do carro da família e que, teria sido o motivo do acidente segundo apontaram as investigações.

Os corpos serão enterrados nesta tarde e a casa será colocada à venda junto com os pertences da família. Temos ainda a informação de que a avó da menina teve que ser levada às pressas ao pronto socorro devido à uma taquicardia que sofreu depois de, segundo ela, ter tido contato com a neta algumas horas antes do incidente. Segundo informações ela será internada para que passe por um tratamento psicológico até conseguir lidar com estes acontecimentos.”





domingo, 30 de maio de 2010

E assim dizia Sade... (3)

“Tudo está na razão de nossos costumes e do clima em que vivemos. O que aqui se chama crime será virtude mais além; as virtudes dum outro hemisfério podem ser crimes aqui. Não há horror que não possa ser divinizado, nem virtude que não possa ser impugnada”

Monalisa quem?


Ah se fosse só Monalisa que me olhasse torto...



Olhar Novo, Mundo Velho


Como lançar um olhar novo sobre um mundo velho que permanece caótico?

Não espere que Deus resolva, não espere que o diabo te vingue! Enquanto você fica parado o mundo avança, rotulado, sem esperança, nas mãos da ignorância. Depois culpam a natureza por ser covarde. Mas se ela vem é para corrigir. E se você, que tem forças para parar a mão humana não o faz, de que força sobrenatural quer tirar energia para tentar parar a mão da natureza?

Deus e o Diabo não interferem no mundo se não forem procurados pelos homens a fazerem isto. Já a natureza, bem, a natureza tem suas leis. A natureza ajuda a reger o mundo e, quando ela chega a interferir, interfere de forma impetuosa. Aí sim só poderemos observar e esperar que alguma ordem reine novamente!




sexta-feira, 28 de maio de 2010

E assim dizia Sade... (2)




"Tudo é bom quando é excessivo."

Illuminati




Um olho para a maldade;
Um olho para a bondade;
Um olho para a verdade;
Um olho para a surrealidade;
Um olho para o mundo;
Um olho para o submundo;
Um olho para a percepção;
Um olho para a imaginação;
Um olho para o que é divino;
Um olho para o que é diabólico;
Um olho para o exterior;
Um olho para o interior;
Um olho aberto;
Um olho fechado;
Um olho!

Os mistérios de Caim


"Assim como perdoarás setenta vezes sete, também vingarás setenta vezes sete?"





Ao tentar fazer uma análise do que seria o perdão no sentido bíblico, encontrei um imenso buraco, e ampliaram-se ainda mais minhas dúvidas do que seria, pois se Deus, mesmo após dizer que devemos perdoar não só sete vezes, mas até setenta vezes sete nossos irmãos, então porque Ele diz em outra passagem que quem matasse Caim sobre ele cairia sete vezes a vingança? Seria uma contradição de Deus ou uma má interpretação do homem?

Eis o texto:

Então disse Caim ao Senhor: “É maior a minha maldade que a que possa ser perdoada. Eis que hoje me lanças da face da terra, e da tua face me esconderei; e serei fugitivo e vagabundo na terra, e será que todo aquele que me achar, me matará?

O Senhor , porém, disse-lhe: Portanto qualquer que matar a Caim, sete vezes será castigado. E pôs o Senhor um sinal em Caim, para que o não ferisse qualquer que o achasse.

(Gênesis 4:13-15)

Teria ele amaldiçoado qualquer um que viesse a tocar em Caim assim como baniu Caim por matar seu próprio irmão? isto não poderia ser considerado uma “vingança” contra quem ousasse ir contra suas regras? Quem ama se vinga ou guarda rancor? Creio que não.

Eis o texto contraditório:

Então Pedro, aproximando-se Dele, disse: “Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete?”

Jesus lhe disse: “Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete. Por isso o reino dos céus pode comparar-se a um certo rei que quis fazer contas com seus servos; E, começando a fazer contas, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil talentos; E não tendo com que pagar, o seu senhor mandou que ele, e sua mulher e seus filhos fossem vendidos, com tudo quanto tinha, para que a divida se lhe pagasse. Então aquele servo, prostando-se, o reverenciava, dizendo: “Senhor, sê generoso para comigo, e tudo te pagarei. Então o senhor daquele servo, movido de íntima compaixão, soltou-o e perdoou-lhe a dívida. Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos, que lhe devia cem dinheiros, e, lançando mão dele, sufocava-o dizendo: “Paga-me o que me deves”. Então o seu companheiro, prostando-se a seus pés, rogava-lhe, dizendo: “Sê generoso para comigo, e tudo te pagarei”. Ele porém, não quis, antes foi encerrá-lo na prisão, até que pagasse a dívida. Vendo, pois, os seus conservos o que acontecia, contristaram-se muito, e foram declarar ao seu senhor tudo o que se passara. Então o seu senhor, chamando-o à sua presença, disse-lhe:” Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste. Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti?”. E, indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo o que devia. Assim vos fará, também, meu Pai celestial, se do coração não perdoares, cada um a seu irmão, as suas ofensas.

(Mateus 18: 21-35)

Ora, se Deus enviou Jesus à terra com os mesmos ensinamentos, porque ele estaria se contradizendo? Então, Caim não foi digno de perdão nem uma vez e, quem o matasse não seria digno do perdão nem sete vezes. Se deveríamos ser na terra o que o criador é no céu, como poderíamos perdoar setenta vezes sete, se houve tempo em que ele não perdoou vez alguma quando baniu Caim e o condenou à terra de Node? Um Deus de amor não faria isso. Então seria essa mais uma das péssimas interpretações bíblicas?


Outra visão

Segundo algumas outras interpretações, Caim teria habitado a terra de Node por muito tempo, onde ali “conheceu” (leia-se: coabitou) sua esposa que o teria ensinado o caminho das peripécias mundanas. Nota-se também que, na terra de Node, era até então inabitada, sendo considerada por muitos a terra das trevas ao Norte do Éden. Sendo assim, qual outra forma teria Caim encontrado uma esposa se não fosse a levando para aquele lugar? Sabendo que na terra só havia um casal, Adão e Eva, e que Caim era descendente dos dois, e que também todos os outros que ali habitavam eram filhos de Adão e Eva, sendo assim, Caim teria levado uma de suas irmãs? Estaria Deus promovendo o que hoje chamaríamos de incesto? E se Deus condenou Caim as trevas, sendo este considerado o primeiro vampiro a habitar o mundo, porque ele deixaria que Caim perpetuasse a sua espécie? Fato é que filhos nasceram dessa união fraternal e deram origem a novas terras e a novos discípulos de Caim. Como veremos no trecho bíblico a seguir:

Assim diz a bíblia:

E saiu Caim de diante da face do Senhor, e habitou na terra de Node, do lado oriental do Éden. E conheceu Caim a sua mulher, e ela concebeu, e deu à luz a Enoque; e ele edificou uma cidade, e chamou o nome da cidade conforme o nome de seu filho Enoque; E a Enoque nasceu Irade, e Irade gerou a Meujael, e Meujael gerou a Metusael, e Metusael gerou Lameque.

E tomou Lameque para si duas mulheres; o nome de uma era Ada, e o nome da outra, Zilá. E Ada deu à luz a Jabal; este foi o pai dos que habitam em tendas e têm gado. E o nome do seu irmão era Jubal; este foi o pai de todos os que tocam harpa e órgão. E Zilá também deu à luz a Tubalcaim, mestre de toda a obra de cobre e ferro; e a irmã de Tubalcaim foi Noema.

E disse Lameque a suas mulheres Ada e Zilá: “Ouvi a minha voz; vós, mulheres de Lameque, escutai as minhas palavras; porque eu matei um homem por me ferir, e um jovem por me pisar. Porque sete vezes Caim será castigado; mas Lameque setenta vezes sete.”

(Gênesis 4: 16-24)

Segundo as profecias, Lameque, que era cego, sempre era guiado por seu filho mais novo durante a caça. Num desses dias de caça, o filho mais novo de Lameque avistou um ser que em tudo parecia um humano, porém, o que lhe contrastava eram dois chifres que carregava na testa. Ao comentar com o pai que o animal em quem ele havia atirado a flecha, mais se parecia com um homem do que com um animal, Lameque logo soube que havia matado seu ancestral, Caim, fazendo cumprir assim o castigo que Deus havia lançado sobre ele. Lameque, num ato de desespero, acabou matando também o filho mais novo. Quando suas esposas descobriram da maldição que acompanharia as gerações de Caim quiserem se afastar de Lameque, ao que ele argumentou:

- Ora, se sobre Caim, que cometeu um assassinato premeditado, pesou-lhe a pena de ser punido na sétima geração, eu, que cometi um assassinato sem intenção alguma poderei esperar a sentença setenta e sete gerações depois.

Depois, Lameque foi pedir o julgamento de Adão, que foi a favor de Lameque.

Seria essa mais uma prova de que Deus nos permite sempre o livre arbítrio e que, talvez seguir-lo não nos levaria para tão longe do que seria o Éden na interpretação de alguns e para tão perto do que seriam as trevas na vaga opinião de outros? Qual seria o verdadeiro significado de trevas? Mais uma vez Deus teria permitido que entre os seres caminhassem espécies como as gerações de Caim, condenando à própria terra aos pecados destes discípulos? O fato é que, se Caim foi o primeiro vampiro a habitar a terra, hoje ele não vive mais, e ele nem sempre foi uma criatura perversa. E suas gerações também não são eternas como se acredita, mas seriam elas a vingança de Deus contra os pecados dos homens?