Observar os caminhos que sigo e as minhas variadas e constantes crises interiores me fez enxergar a vida como um lírio, não um lírio qualquer, mas como um lírio da noite. O lírio do submundo, aquele lírio que insiste em florescer em meio ao caos e que, como reza a lenda, te conduz a lugares sinistros e te mostra o caminho das trevas. Aqui serei o lírio, as trevas serão meu interior e meus pensamentos o caminho. Sejam bem vindos!
terça-feira, 18 de maio de 2010
Incômodo remédio da alma
Hoje minha alma chorou, senti a dor no meu peito e vejo tudo se repetir novamente. E eu preciso da cura, busco uma solução rápida, meu próprio coração me pede isso. Tenho algo em mãos e talvez isto seja minha única alternativa. E eu começo. A cada linha traçada vejo as gotas de sangue brotarem tímidas, depois as vejo percorrerem meus braços. O contraste do rubro com o branco é intenso, significante. De repente percebo toda a dor que eu sentia no peito se transferir para esta linha. Sinto arder. Vejo o refluxo que responde a cada nova tentativa. Cada gota um sentimento vazio que deixo vazar e jogo para fora do meu corpo. E eu sei que não poderei usar sempre este remédio que me liberta desses sentimentos ruins, mas por hora prefiro mergulhar na imensidão deste mar vermelho que não me sufoca mais. A dor se transforma e eu me reconforto. As lágrimas cessam. Sim, estou pronta para encarar novamente o mundo lá fora. Que estranha forma de prazer... que estranho sentimento de liberdade... amor... estranha dor...
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